segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Damages: 5x05/06 "I Wonder How Bad That Tastes" / "I Need to Win"


"Por uma vez, quisemos a mesma coisa. Que esse caso fosse ao tribunal." 

Um episódio sonolento seguido de outro bem melhor. E passados 60% da última temporada de Damages, a pergunta que não quer calar não é se Channing McClaren é culpado ou inocente ou sobre quem matou Naomi Walling, mas... Quando é que nós veremos Patty e Ellen se enfrentando pra valer? 

A batalha entre as advogadas arqui-inimigas é muito parecida com aquele jogo entre duas equipes que se respeitam muito e não se arriscam: extremamente estudado, com pouquíssima ousadia e com cada equipe à espera de um erro do adversário. Não que devêssemos esperar outra coisa de Patty e Ellen, pois passadas 4 temporadas e meia de série, é óbvio que a personalidade e a maneira de agir das duas advogadas não poderiam mudar. Contudo, visto que já tivemos erros cometidos por ambas as partes, já não estava na hora de Patty ou Ellen aproveitarem melhor as oportunidades e partirem para cima da outra? 

O quinto episódio foi uma bela amostra de toda lentidão (enrolação) da temporada. Uma vez que Ellen dançou e perdeu a informação de Samurai Seven para Patty, era mesmo necessário deixá-la se recuperar e obrigar Patty a entregar a informação de bandeja a ela? Se esta temporada ainda fosse do mesmo tamanho que as 3 primeiras isso até seria aceitável, porém com apenas 10 episódios já era hora de acelerar e agitar um pouquinho as coisas, não? Alô roteiristas, acordem, os fãs querem ver sangue!!!

I Wonder How Bad That Tastes foi até agora o pior episódio da temporada, porém, se não serviu para dar um gás no duelo Parsons x Hewes, ao menos parece ter dado uma direção sobre quem é McClaren e porque ele é esquisitão daquele jeito. E tudo indica que, ao contrário do que parecia (óbvio, é Damages!), Channing não é um sacana e sim um coitado problemático sem qualquer habilidade interpessoal. Se bem que para quem não sabe lidar com pessoas ele pega mulher demais, não? :-p 

O episódio ainda teve outros três pontos interessantes a destacar. O primeiro deles diz respeito aos documentos que Samurai Seven entregou a Patty, que mostraram que Naomi estava sendo investigada por Bennett Herreshoff, presidente Banco Princefield (interpretado por Victor Garber, mais conhecido como o Jack Bristow, de Alias) e resultaram na descoberta de que os dois estavam tendo um caso. Será ele o verdadeiro responsável por vazar as informações pessoais de Naomi? 

O segundo ponto diz respeito ao suposto cliente de Kate Franklin, que encontra-se moribundo na cama e desejando ver Patty antes de morrer. Patty foi visitá-lo e, apesar do diálogo insinuar que o velho seja seu pai, isso não foi dito abertamente. Mas o close nos olhos dele, tão parecidos com os dela, são bastante sugestivos. Contudo, aqui mais uma vez fica a dúvida: será que agora, no final da série, é hora de tocar nesse assunto? 

O terceiro e último ponto é o mais sutil, porém o mais relevante para a temporada e, porque não dizer, toda a série. Assim como Patty, Ellen também começou a ter pesadelos com seu passado, indicando que o confronto direto entre as duas está fazendo aflorar o verdadeiro motivo que impulsiona Ellen a vencer Patty: a vingança por esta ter mandado matá-la. 

E o sexto episódio seguiu a mesma trilha, complementando os pesadelos de Ellen com visões de si mesma ensanguentada e de David morto na banheira, fazendo uma alusão de sua morte com a de Naomi Walling e levantando a grande dúvida que deverá ser preponderante para a resolução da batalha contra Patty: Poderá Ellen superar seus tramas e vencer sua inimiga ou irá sucumbir tentando (como indicam os flashforwards iniciais da temporada)? 

I Need to Win (título mais sugestivo impossível) começou tão devagar quanto o episódio anterior, mas surpreendeu ao finalmente parar com a enrolação e levar Patty e Ellen ao confronto direto. O episódio todo foi construído de maneira a nos fazer acreditar que após várias tentativas mal sucedidas de superarem uma a outra, o jogo entre Patty e Ellen terminaria em um decepcionante 0x0, com McClaren e Rachel Walling entrando em acordo (contra a vontade de suas respectivas advogadas) e encerrando a disputa judicial. 

Mas Walling e McClaren não sabem no que se meteram. Desde o começo da temporada estava muito claro que para Ellen e Patty o caso em si ou seus clientes não são importantes. O que estava (e continua) em jogo é a disputa entre as duas, sendo que elas não deixariam ninguém, nem mesmo seus clientes, estragarem isso. 

E então o imponderável (porém mais do que verossímil nessa disputa entre Ellen e Patty) aconteceu e, para que possam duelar e brigar à vontade no tribunal, as duas adversárias e inimigas tramaram em conjunto contra seus próprios clientes para evitar o acordo e ir a julgamento. 

O mistério sobre quem matou Naomi ou quem é Channing McClaren continua. Mas quem se importa, uma vez que o final do episódio avança dois meses à frente para nos mostrar Ellen e Patty, frente a frente no tribunal, prestes a sacarem suas armas para um duelo aguardado ansiosamente por quase 5 temporadas? 

Observações 

  • Ellen armou o golpe junto a Patty para levar o caso ao tribunal e Patty prometeu não usar o depoimento forjado da testemunha a seu favor no julgamento. A pergunta é: dá para confiar em Patty? 
  •  A mãe se "suicida", tem a reputação manchada pelo vazamento de suas informações pessoais e Rachel continua se divertindo com seus colegas como se estivesse tudo bem, mesmo não tendo atendido à ultima ligação que a mãe fez antes de morrer? Um tanto esquisito, não? Será que ela tem culpa no assassinato da mãe? 
  • Além das dúvidas sobre o assassinato de Naomi e sobre McClaren, outras questões permanecem: quem são os investidores por trás de McClaren? Foram eles que mataram Samurai Seven? Quem é o velho moribundo que Patty foi visitar? 
  • Só agora que Kate foi contar a Ellen sobre estar lidando novamente com o caso que envolve o velho e Patty? Estranho...  
  • Que interpretação maravilhosa de Glenn Close, sutilmente bêbada, no diálogo com Ellen! Rose Byrne foi muito bem também, porém as falas do diálogo também foram responsáveis pela melhor cena do episódio e, provavelmente, da temporada. Assim, além da frase do início do post, separei algumas outras desse diálogo que merecem ser destacadas:
          
           "Viu o que podemos fazer quando trabalhamos juntas?" (Patty)

          "Não está com medo de mim, está?" (Patty)

           "Você devia regular a bebida, Patty" (Ellen)

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